Hoje vamos falar sobre uma das partes mais importantes da bicicleta. Criado em 1846 por John Boyd Dunlop, o pneumático, carinhosamente conhecido como pneu, é o ponto de contato da magrela com a terra e, por isso, você depende dele para acelerar, frear e fazer curvas. Além disso, uma parte do conforto da bike também depende dos pneus.
Por isso, quando chegar a hora de trocar os sapatos da sua bike, é muito importante entender o básico sobre pneus, e também sobre como selecionar um modelo que funcione melhor para suas pedaladas off-road.
As partes de um pneu
Carcaça – A parte estrutural do pneu, normalmente feita com algum tecido resistente como o nylon. A carcaça da o formato e o tamanho do pneu. Ela também é responsável por outros detalhes técnicos como resistência, flexibilidade e até a pressão adequada de trabalho.
Banda de rodagem – A banda de rodagem é a parte da borracha que fica em contato com o terreno. O formato e o material dos cravos, que são as saliências do pneu, definem para que tipo de terreno ele é indicado, e também sua durabilidade e características de tração.
Talão – O talão é o “arame” do pneu. Ele é aquela parte não elástica que prende o pneu ao aro. Pneus mais avançados possuem talão dobrável, feito com materiais resistentes como o kevlar – os mais básicos utilizam arames de metal, mais baratos e mais pesados.
Parede lateral – Trata-se do pneu que não entra em contato com o terreno, tendo grande importância na estabilidade do pneu e em sua resistência contra cortes.
Camadas de proteção – Aplicadas na carcaça, estas camadas podem ajudar a evitar furos em diferentes áreas do pneu. Feitas com diferentes materiais, elas podem ser aplicadas nas paredes laterais, abaixo da banda de rodagem ou no pneu inteiro – tudo depende do uso indicado do pneu.
Coisas para entender antes de comprar
Tamanho do aro – Se sua bike utiliza rodas com aro 29, você deve comprar pneus aro 29. O mesmo vale para as outras medidas como 27.5 e 26 e 20.
Largura do pneu – Normalmente indicada em polegadas, com números como 2.0, 2.25 e 2.4. Pneus mais largos vão oferecer mais conforto, tração e rolagem melhor em terrenos esburacados. Porém, eles são mais pesados.
A largura costuma variar com a aplicação e com a preferência do ciclista. Para andar em trilhas variadas com bicicletas de cross-country e trail, pneus entre 2.0 e 2.4 são os mais comuns. Modalidades extremas como o Enduro e o Downhill costumam utilizar pneus até mais largos.
Largura do aro – Pneus mais largos pedem aros mais largos. Normalmente, a maioria dos aros varia entre 20 e 30mm de largura interna. Essa informação pode ser encontrada na ficha técnica da sua bike, e ela deve ser utilizada na hora de comprar um pneu novo.
No site da maioria dos fabricantes de pneu, você pode encontrar as tabelas de compatibilidade, que indicam qual aro vai funcionar com qual pneu. É importante manter-se dentro dos parâmetros especificados pelo fabricante do pneu para evitar problemas.
Se você estiver em dúvida, a dica é procurar uma medida parecida com a que a sua bike já usa. Um pequena variação não tem problema, mas não convém trocar um pneu 2.0 por um 2.4
TPI – A abreviação de threads per inch indica quantos fios de tecido por polegada tem a carcaça. Quanto mais fios, mais finos eles precisam ser, o que cria uma carcaça mais macia e flexível – uma carcaça de 120 TPI é mais macia do que uma de 30 TPI, por exemplo.
Carcaças mais macias aumentam o conforto e aderência, porém elas sofrem mais com perfurações.
Tubeless Ready – Indica se o pneu pode ou não ser utilizado sem câmara de ar. Lembre-se que não é recomendado utilizar pneus comuns sem câmara – além dos vazamentos, elas escapam do aro com mais facilidade, o que pode provocar acidentes.
Composto da borracha – Borrachas mais duras oferecem mais durabilidade, mas menos aderência. Pneus macios grudam mais, mas duram menos. Alguns pneus possuem composto duplo ou até triplo, utilizando diferentes tipos de borracha em diferentes partes do pneu.
Nestes casos, a parte central da banda de rodagem pode ser feita de borracha mais durável, com os cravos laterais mais macios oferecendo tração nas curvas. Em outros casos, a borracha interna pode ser dura e a externa macia, proporcionando cravos estáveis e aderentes – existem várias receitas, cada fabricante e cada modelo de pneu tem a sua.
Desenho do pneu – o básico
-Cravos longos, separados e pontiagudos indicam pneus criados para lama.
-Cravos curtos e bem agrupados indicam pneus para tempo seco.
-Cravos super curtos no centro com cravos mais pronunciados nas laterais indicam pneus com rolagem super rápida.
-Pneus com a linha central contínua costumam apresentar uma boa rolagem.
-Pneus com cravos grandes e largos costumam ser indicados para trilhas mais extremas.
-Pneus dianteiros possuem cravos mais longitudinais, melhorando a estabilidade lateral.
-Pneus traseiros costumam ter cravos transversais, melhorando a aderência em frenagens, acelerações e subidas.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre pneus de bicicleta, conte para gente qual pneu você está usando na sua bike!
VALEU GALERA!