Se a terra te amedronta, não tema! Temos as informações e as dicas que você precisa para aproveitar muito mais suas pedaladas de mountain bike!
O fim de semana já está batendo na porta. Hora de pegar a bike, conhecer uma nova trilha e reunir os amigos para algumas horas de diversão, contato com a natureza, atividade física e, é claro, uma boa dose de adrenalina — admita, assim como quase todo mundo, você também gosta de superar um desafio de habilidade com a bike, seja ele descer uma guia ou uma montanha.
Mas, assim como todo mundo, a falta de confiança pode ser sua inimiga. Afinal, além de prejudicar seu controle sobre a bike, ela transforma seu momento de diversão em um momento de tensão — algo que ninguém quer que aconteça.
Por isso, preparamos algumas informações e dicas que vão dar a dose adicional de confiança para que seu pedal fique mais tranquilo e seguro. No começo do texto, teremos dicas mais gerais e, na segunda parte, dicas de regulagem da bike e de pilotagem.
Vem de roda!
1 – Respeite seus limites
Essa é óbvia, mas sempre vale falar. É muito importante respeitar seus limites de habilidade. Sim, é super bacana desafiar-se de tempos em tempos, até para manter a evolução. Mas, os desafios são como uma escada que você sobe de degrau em degrau, e não como uma máquina de teletransporte.
Atenção com isso, principalmente quando estiver em grupo, onde muitas vezes existe uma leve “pressão” para fazer as coisas. Não existe vergonha nenhuma em descer da bike e passar empurrando por um obstáculo.
Por isso, se estiver com mais pessoas, aproveite para seguir a dica abaixo:
2 – Observe e converse com os mais experientes
Sempre é legal prestar atenção em quem sabe andar de bike. Mas, além de ficar maravilhado com a habilidade dos outros, preste atenção aos detalhes: como a pessoa está sobre a bike? As pernas estão curvadas? E os cotovelos? O peso está para frente ou para trás?
Além destes detalhes de posicionamento, é importante observar por onde a pessoa passa por um obstáculo. Observe em que velocidade ela se aproxima, por qual parte da trilha, onde os freios são aplicados, etc.
Seja como for, a observação pode ser uma de suas maiores aliadas, mas ela não é a única. Até porque, a conversa sempre é uma excelente opção. Por isso, não tenha vergonha e faça perguntas — ninguém nasceu sabendo.
3 – De cabeça erguida
Para evitar surpresas, você deve olhar para frente, e não para o pneu dianteiro da bike. Foque sua visão alguns metros adiante e aumente esta distância conforme for ganhando velocidade. Em trilhas, cinco metros costumam ser um bom ponto de partida.
Além disso, olhe sempre para onde você quer ir, e não para o obstáculo. Se você ficar olhando para a pedra, pode ter certeza que você vai passar por cima dela — é tipo magnetismo, true story.
4 – Suave como um gato
Joelhos e cotovelos semi-flexionados, mãos relaxadas mas firmes no guidão, queixo para frente e tronco flutuando, de preferência próximo da horizontal e o mais baixo possível, exatamente como nosso atleta Cristian Lazzari, da TSW Racing Team, está mostrando na imagem abaixo.
Nesta posição, você e a bike estão prontos para tudo. Lembre-se de manter a suavidade, e que suas pernas e braços devem funcionar como suspensões ativas, seguindo os contornos do terreno para cima e para baixo, absorvendo buracos e outros obstáculos.
5 – Jogo de corpo
O peso do ciclista deve ficar sempre entre os eixos da bicicleta. Por isso, você precisa movimentar o corpo para frente ou para trás conforme a inclinação do terreno. Nas subidas inclinadas, peito no guidão e tronco para frente para a bike não empinar.
Já nas curvas, é importante manter o peso no pneu dianteiro para evitar que ele escorregue. Lembre-se de girar o pedal do lado de fora da curva para baixo e manter o peso apoiado sobre ele, com a bunda flutuando levemente sobre o selim.
Nas descidas, mantenha o peso baixo e recuado. Se sua bike tiver canote retrátil, fique o mais encolhido que conseguir, sempre recuando o peso conforme a inclinação for aumentando.
Lembre-se que a bike é como um triângulo — para ele não capotar, você pode alargar a base, abaixar o topo ou movê-lo para frente ou para trás.
6 – Pneu tubeless com pouca pressão
Uma das maiores vantagens de usar pneus sem câmara é que eles são mais difíceis de furar com pressões baixas, principalmente quando falamos em furos estilo snake bite (mordida de cobra) que acontecem quando a câmara fica prensada entre o aro e um objeto duro, como uma pedra, por exemplo.
Por isso, se sua bike tiver aros e pneus compatíveis com tubeless, não perca tempo, faça a conversão e ande com algumas libras a menos nos pneus. Além de mais conforto, a tração adicional ajuda bastante a ganhar confiança.
7 – Mesa mais curta e guidão mais alto e largo
Para favorecer o desempenho nas subidas, um grande gosto do consumidor brasileiro, muitas bikes apostam em mesas mais longas, que ajudam a manter a frente pregada no chão quando a subida é técnica e inclinada. Porém, nem sempre elas são as melhores opções nas descidas, justamente onde a falta de confiança costuma apertar.
Por isso, trocar sua mesa por uma mais curtinha, como o Suporte de Guidão TSW de 80mm, pode ser uma boa pedida. Além disso, um guidão mais largo e alto, como o Rise Bar da linha Quest, também ajudam bastante na hora de descer.
Em altas velocidades e em trechos esburacados, o guidão largo ajuda a manter o controle da bike. Além disso, por ser mais alto, o guidão riser reduz aquela sensação de que a bicicleta vai virar para frente – uma sensação bastante assustadora.
8 – Mais ar na suspensão dianteira
Uma alteração que não custa nada e faz bastante diferença é aumentar um pouco a pressão da suspensão dianteira da bike. Sim, provavelmente isso vai prejudicar o conforto e o controle em trilhas mais esburacadas. Porém, se seu medo forem os degraus e as descidas inclinadas, esta configuração vai ajudar.
Isso acontece porque, ao aumentar a pressão, você evita que a suspensão mergulhe. Isso mantém o peso mais recuado e ainda ajuda a evitar que o ângulo da caixa de direção aumente, o que desestabiliza a bicicleta.
9 – Use um Canote Retrátil, mesmo sem ter um
O canote retrátil é a maior mudança que você pode fazer na bike quando falamos em ganhar confiança nas trilhas. Afinal, ele permite baixar o banco em trechos técnicos, melhorando muito o controle da bicicleta.
Mas, caso sua bike não tenha um canote “dropper” como a de nossa atleta Hercilia Najara, você sempre pode fazer uma pausa de alguns segundos para baixar o banco antes de algum trecho mais agressivo – basta ter uma blocagem no canote do selim.
Se parar para subir e descer o banco não está nos seus planos, às vezes vale a pena andar com o selim 1cm mais baixo do que o de costume. A diferença no seu desempenho não será muito grande, mas é incrível como um banco um pouco mais baixo pode ajudar na pilotagem.
Todavia, preste atenção nos joelhos e, se sentir qualquer dor ou incômodo, volte o selim para a altura original.
10 – Pneus maiores e mais aderentes
Quando você usa pneus maiores e mais aderentes, sua confiança cresce junto com o conforto e o grip da bike. Uma boa sugestão é o Arisun Mount Bona, que tem largura de até 2.35 e uma banda de rodagem bem agressiva.
Uma dica é colocar um pneu um pouco maior na frente. Isso ajuda a manter a aderência no pneu dianteiro, mas também modifica levemente a geometria da bike, deixando a caixa um pouco mais aberta, e capaz de encarar trechos técnicos.
11 – Bikes full ou com geometria agressiva
Bicicletas com suspensão integral como a TSW Full Quest Black Edition possuem geometria mais agressiva, com suspensão na roda dianteira e na traseira – ambas capazes de aumentar bastante a confiança do piloto ao encarar trilhas mais técnicas.
Porém, mesmo em modelos mais de entrada como a nova TSW Hurry 2021 já possuem um projeto modernizado, com detalhes técnicos indicados para quem deseja encarar trilhas variadas, com total confiança no equipamento.
12 – Conclusão? É hora de pedalar!
Como você viu, ganhar confiança nas trilhas é um processo de aprendizado progresivo, que envolve unir as técnicas corretas com os equipamentos adequados. Agora, quer saber a melhor forma de pegar confiança nas trilhas?
Pedale, pedale, pedale e pedale mais um pouco! Isso porque, além de ser divertido demais, todo mundo sabe que a prática leva a perfeição.
Bons pedais!